19 outubro 2005

CONTRA A CORRENTE

O PS reuniu ontem à noite a sua Comissão Política Nacional para avisar os militantes que apoiam a candidatura de Manuel Alegre às eleições presidenciais que estão proibidos de usar meios do partido na campanha, mas também que devem abster-se de participar em reuniões internas de apoio a Mário Soares.

Ficam excertos das intervenções, para reflectir.

Capoulas Santos
"inadmissível, do ponto de vista ético, que elementos que não apoiam a candidatura do partido assistam às suas reuniões para a definição da estratégia dessa candidatura"

José Lello
"parasitar as estruturas do partido, como as suas sedes"

Jorge Coelho
"Essas matérias não são alvo de decisões, mas é importante chamar a atenção para os valores éticos das pessoas"

Compreendo que na altura de campanha os apoiantes de Manuel Alegre não participem nas reuniões de campanha (como é obvio!), que para tal efeito sejam convocadas, mas não compreendo que sejam chamados de parasitas. Também não compreendo (dada a realidade) que seja "vetada" a discussão da questão presidencial aos militantes, dado que não se trata de uma candidatura oficial do Partido, mas sim de uma candidatura suprapartidária apoiado pelo Partido. Como tal interpreto que o apoio nesta matéria é alvo de uma decisão pessoal e não de uma decisão partidária.

Não compreendo que num Partido norteado por princípios como a Tolerância, a Igualdade, a Fraternidade, sejam feitas intervenções da índole de José Lello.

Dado as minhas responsabilidades como militante, não irei colocar em causa as decisões do Partido, mas não poderia de deixar de colocar este Post "Contra a Corrente" das intervenções tidas, pois estaria a pôr em causa os meus princípios.