28 novembro 2006

ESTABILIDADE POLÍTICA

© Diário de Notícias

27 novembro 2006

NO MEU TEMPO

"Estão a ver aquelas conversinhas que vos aborrecem?

Se há conversinha que me aborrece solenemente é aquela que começa por três palavrinhas: «No meu tempo...» e assim por diante.

Chateia-me o paternalismo enternecedor e cínico de quem já viveu mais tempo do que eu e que por isso acha que sabe infinitamente mais do que nós. A ponto de se achar no direito de começar as suas frases por «no meu tempo...». Para já há aqui um equívoco espacio-temporal e existencial: aparentemente estes mamíferos acham, ao proferir estas m*****, que estão noutro tempo que não o nosso. O que me parece deveras preocupante.

Afinal que m**** é essa do «tempo deles»? Este sentimento de posse face a algo tão etéreo e passageiro como o tempo só demonstra, na minha humilde opinião, que qualquer que seja, ou tenha sido, o tempo deles, foi mal empregue. Por uma simples razão: foi erradamente cristalizado, à semelhança dos seus cérebros, provavelmente. Mas o que me chateia mais é a interpretação que estas alimárias fazem daquele que convencionaram ser «o seu tempo»: no seu tempo era tudo mais difícil, o que os torna nuns heroizinhos da m**** noutro tempo que não o deles; no seu tempo os jovens eram mais cultos e interventivos na sociedade; os políticos eram mais idealistas e menos corruptos (que ingenuidade!!); os funcionários públicos eram mais trabalhadores; os professores eram mais severos e eficazes; os pais eram mais responsáveis; as crianças eram menos gordas; os impostos eram mais baixos; o clima era mais ameno; o buraco do ozono era menos esgaçado; o custo de vida era mais acessível; o poder de compra era mais elevado; e o raio que os parta!

Pessoalmente isto aborrece-me. Principalmente porque «no meu tempo» o que eu esperava é que estes gajos que invocam a torto e a direito «o seu tempo» tivessem feito alguma coisa de útil para tornar «o nosso tempo» numa coisa aprazível e, preferencialmente, divertida. Que é exactamente aquilo que me proponho fazer até ao fim do «meu tempo»."

em A razão têm sempre cliente

26 novembro 2006

ANALOGIA




25 novembro 2006

COMENTÁRIOS

Infelizmente não tenho podido nos últimos meses manter a regularidade que ambicionava neste blog, ao assumir um compromisso no início do ano sabia que teria de abdicar de muitas das coisas que gosto de fazer. Assim têm sido os meus dias, fazendo do dia a dia uma luta constante para reabilitar uma estrutura amorfa e descredibilizada ao longo dos anos.

É um processo vagaroso, como assim o deve ser, pensado e reflectido, pedra a pedra vai-se reconstruindo a casa. Poderão alguns ECOS achar que esse não é o caminho, puxarem pelos arautos dos seus graus académicos para se tornarem juízes de comportamentos e pessoas, mas a idade e a experiência, já há muito que me ensinou que antes de se ter a veleidade de tentar julgar alguém deve-se ter a sensatez de procurar ouvir várias opiniões.

Continuo como sempre estive, de consciência tranquila, na senda de um caminho traçado colectivamente, onde como já o disse variadíssimas vezes publicamente, são bem-vindos os que querem trabalhar e contribuir para a construção de uma alternativa credível. E quanto aos que cuja sua visão é deturpada por pessoas presas a dogmas alicerçados em inúmeros “ressabiamentos” ao longo dos anos, fruto somente do seu autismo perante a vida e os outros, bem como da sua falta de humildade apenas lhes posso deixar a minha tolerância, sem contudo não deixar de lhes dizer que a paciência tem limites, relembrando que existem regras em democracia, não só direitos, mas também deveres, bem como órgãos avalizados e esses sim competentes para ajuizar do teor dos seus COMENTÁRIOS.