29 abril 2006

TOMADA DE POSSE

Na companhia de muitos dos meus amigos e camaradas, o pontapé de saída foi dado, a partir de agora, dois longos anos de trabalho estão pela frente.

Caras e Caros Camaradas,

Antes de mais quero agradecer a vossa presença,

Findo que está um longo e intenso período eleitoral, quer a nível externo, quer a nível interno, cessam também as divergências ocorridas.

O Partido Socialista é e tem que ser um Partido ambicioso. Não só nos resultados eleitorais, mas também na implementação real no terreno e na consequência directa na vida dos munícipes do concelho de Alcobaça. Para tal, não pode continuar a eternizar discussões exacerbadas sobre o passado. Tem sobretudo de se preocupar com o futuro, trabalhando no presente.

Sobre o passado, existe um conhecimento rigoroso, realista e profundo, e já sobejamente debatido. Ficam as lições que não devemos esquecer. Os ensinamentos que tiramos das falhas, das omissões, das coisas boas e das menos boas.

O momento actual que vivemos, o Presente, é de escolha e acção, fruto do qual dependerá inequivocamente o Futuro.

O trabalho autárquico é sem dúvida de vital importância, para uma estrutura concelhia. Mas o trabalho da estrutura concelhia do PS Alcobaça, não pode nem deve esgotar-se nos resultados eleitorais autárquicos.

Ainda assim, não olvidamos o papel fundamental que as autarquias têm no trabalho de um órgão que corresponde ao território do município. Só através de uma forma de actuar presente e constante alicerçaremos o Partido no Concelho. Só assim irá ser possível ambicionar algo mais. Só assim será possível ao PS ser Governo em Alcobaça.

Essa forma de actuar já começou, demonstrando uma diferença substancial qualitativa face à sucessiva inércia da gestão PSD. Ainda ontem, na Assembleia Municipal, foi possível demonstrar que existiam promessas que os Presidentes de Junta daquele Partido não cumpriam sucessivamente há 12 anos. O Partido Socialista na sequência do apelo que nos foi lançado por um grupo de moradores de Alfeizerão, após contacto com os nossos autarcas daquela Freguesia, demonstrou activamente o seu desagrado com essa prática política que em nada dignifica quem é suposto representar o povo. Este momento deu o mote, para que o embaraço do Presidente da Câmara fosse tão evidente ao ponto de prometer desde logo, para a semana, o alcatroamento dessas três estradas. Claro está que, como dizia S. Tomé, ver para crer.

A interacção com todos os eleitos e com os eleitores é a nossa BANDEIRA. Como é evidente, e estatutário, os nossos representantes na Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Freguesias actuarão em uníssono com o Partido, o qual representam e pelo qual foram eleitos.

Só com todos é possível invertermos o rumo no nosso concelho, marcado há quase 10 anos por uma gestão ultrapassada e megalómana. Uma verdadeira militância torna-se assim essencial para romper com a apatia e lançar Alcobaça no alargamento de horizontes que o município tanto necessita. É com essa verdadeira militância que o PS/Alcobaça dará um enorme passo em frente rumo ao Governo das autarquias deste município.

No nosso Município, o actual Partido da maioria vive embevecido pelos resultados eleitorais e em supostas grandes obras, que se vão eternizando na sua execução, causando grandes prejuízos a todos que as rodeiam e sem que tragam os resultados práticos pretendidos. Aqui como noutras autarquias do PSD, o lema é fazer grande e supostamente bonito, sem que se tenham em conta os devidos resultados práticos na vida dos cidadãos.

Entretanto, os órgãos autárquicos não tomam a devida atenção às situações de exclusão social. A qualidade da habitação na maioria dos casos é duvidosa, e atingem-se preços incomportáveis para a maioria dos jovens cidadãos de Alcobaça. O dinamismo do município na resolução de situações relativas ao Emprego não existe, e pelo contrário os problemas Ambientais continuam a existir.
Mas na mente deste executivo tudo está bem, porque nunca se terá feito tanta obra como agora. Essas obras, no entanto, e para além de pouco resolverem, em certos casos chegam a afrontar direitos, liberdades e garantias. Essas afrontas chegam também àquela que deveria ser a casa da democracia alcobacense, a Assembleia Municipal. Não é aceitável que em Assembleias Municipais realizadas em período nocturno os cidadãos tenham que aguardar pelo fim da Ordem de Trabalhos para poderem intervir, de acordo com as suas preocupações e anseios. Há que seguir aqui as melhores práticas de muitos municípios, e alterar JÁ o Regimento colocando a intervenção do público logo no início da Assembleia. Isto é uma exigência de cidadania, e dos mais elementares valores democráticos.

Caras e Caros Camaradas,

Este acto, ainda que seja mais simbólico que formal, que é a tomada de posse, inicia o mandato daqueles que foram escolhidos pelos militantes para os representar nos órgãos próprios do Partido. Como Presidente da Concelhia, conto com todos os eleitos e todos os não eleitos para uma atitude positiva e empenhada na concretização das melhores soluções para todas as situações em que o PS/Alcobaça estiver envolvido. O PS/Alcobaça tem que ser de todos, com todos e para todos. Nem faria sentido aqui estar se não fosse para solucionarmos os problemas e respondermos às expectativas dos munícipes – as genuínas e sentidas preocupações da população são, como não podia deixar de ser, as genuínas e sentidas preocupações do PS.

Estes são os problemas e os DESAFIOS. Constituem uma análise rigorosa, mas não fria, uma reflexão serena, mas não neutra – uma visão afirmativa mas não fechada.

Temos consciência que não há facilidades para quem defende de forma empenhada e convicta as suas ideias. Mas lutaremos diariamente pelo que ACREDITAMOS!

Contamos com todos, e com cada um de vós para colocarmos o PS no RUMO CERTO !!!

28 abril 2006

ASSEMBLEIA MUNICIPAL

Mais uma Assembleia Municipal, onde as poucas intervenções da bancada do PSD, se reduziram ao bajulamento, onde o Bloco de Esquerda para não variar sempre que de contas se trata vota ao lado do PSD, os Presidentes de Junta fazem o jogo normal de votarem favoravelmente ao lado do poder, e onde a CDU e o Partido Socialista têm fazer o possível e o impossível para remar contra a maré.

A noite, ficou marcada logo no PAOD, onde um deputado do PSD, lançou-se durante mais de dez minutos contra o Governo, sendo depois confrontado com a realidade, tendo ainda de meter a viola no saco, quando por parte do PS foi mencionado e mostrado um abaixo assinado entregue por um grupo de cidadãos à dois anos ao Presidente da Câmara, o qual incidia sobre um problema na freguesia de Alfeizerão, e que era promessa recorrente do PSD à mais de dez anos.

Fica a minha intervenção, onde o Sr. Presidente de Câmara não gostou muito das Obras de Santa Maria.

Sr. Presidente da Assembleia Municipal,
Sr. Presidente da Câmara Municipal,
Senhores Vereadores,
Senhoras e senhores Deputados Municipais,
Caras e Caros Munícipes,

Em primeiro lugar, quero agradecer à Dr. Alzira a forma prestável e esclarecedora como apresentou o Relatório de Gestão e Prestação de Contas da CMA.

Dizer antes de mais, que como é óbvio não discordamos da sua forma, mas sim do conteúdo. Conteúdo esse, que como o esperado em ano de eleições autárquicas, invariavelmente não poderia ser outro.

Atente-se nos principais aumentos e poderemos verificar números históricos em termos de alcatroamento e empreitadas. Certamente que o Sr. Presidente de Câmara me irá dizer que é sinal de progresso e obra feita, ao qual nós em alguns casos afirmamos que sim, mas aproveito desde já para refutar.

Pena é que se verifiquem casos de má execução e que vão protelando!

Que os pagamentos a fornecedores não tenham sido realizados nos prazos previstos!

O endividamento tenha aumentado!


Sr. Presidente da Câmara,

Um dos lemas da sua campanha, era mais Qualidade de Vida. Contudo, existem exemplos práticos do contrário. As obras da zona envolvente ao Mosteiro de Alcobaça, já quase que se poderiam considerar as obras de Santa Engrácia, mas no nosso caso são as de Santa Maria, estando bem patente os danos provocados aos comerciantes, moradores e no fluxo do trânsito. Em S. Martinho requalifica-se, mas muitas das ruas dessa freguesia continuam num estado lamentável, sendo cada vez mais difícil conseguir estacionar nessa vila.

Nesta mesma freguesia, os níveis de pobreza atingem números alarmantes, e para nós a questão social é prioritária, muito acima das grandes obras. Bem sei, que são coisas distintas, com financiamentos diferentes, mas ao qual urge uma rápida resposta.

As dívidas de curto prazo aumentaram 55%, as a Terceiros Médio e Longo Prazo são registaram um aumento de 24% em relação a 2004. O endividamento atinge valores elevados e preocupantes, que poderão no futuro comprometer algumas aspirações legítimas em termos de programas de desenvolvimento.

Para a tão desejada mais Qualidade de Vida, muito ficou por fazer, muito há a fazer, começando por suprimir os problemas existentes no Campo Social, Saúde, Educação, Habitação, Património, Ambiente, Acessibilidades.

O Partido Socialista irá votar contra este Relatório de Gestão.


A noite iria acabar, como invariavelmente sempre que a Assembleia Municipal se prolonga para além da uma da manhã, com o Sr. Presidente de Câmara (talvez devido ao adiantar da hora) a atentar contra os Direitos, Liberdades e Garantias dos cidadãos que esperam pacientemente até à fim dos trabalhos para interpelarem a autarquia.

25 abril 2006

25 de Abril



Um amigo mandou-me uma mensagem, que transmite na perfeição o espírito que se deve ter de ABRIL.

"O dia termina. Mas os valores de Abril devem permanecer presentes nos restantes dias do ano. Que a Liberdade esteja sempre nos nossos corações, pensamento e acções."

24 abril 2006

CITAÇÕES

Ao folhear um livro de citações, acabei por encontrar algumas que se encaixam na perfeição no espírito que deve nortear as nossas vidas.

"O fracasso é a oportunidade de começar de novo com mais inteligência e redobrada vontade" Henry Ford

"O Presente não é um passado em potência, ele é o momento da escolha e acção" Simone de Beauvior

"O Futuro dependerá daquilo que fazemos no Presente"

AUSÊNCIA

Depois de ter estado afastado os últimos dias da blogoesfera, penso que agora finalmente poderei retomar o ritmo normal.

Embora, o tempo seja cada vez mais escasso, tentarei vos relatar as aventuras e desventuras de um Presidente de uma Concelhia do PS.

Desde já aproveito para vos convidar para a Tomada de Posse, que irá ser na próxima sexta-feira (pelas 20h00, caso venham jantar, agradeço confirmação até quarta) pelas 21h30 no Hotel Santa Maria em Alcobaça.

12 abril 2006

PAÍS DAS MARAVILHAS


© GUARDIAN

11 abril 2006

ELEIÇÕES

Finalmente estamos quase no fim, no próximo dia 21 de Abril é a vez das eleições para a Federação Distrital de Leiria do PS.

A votos, duas candidaturas distintas, uma liderada por um candidato que se apresenta pela primeira vez a votos e cuja moção protagoniza NOVOS DESAFIOS, outra por quem já foi Presidente há já alguns anos e cuja moção aposta em FALAR VERDADE E MOBILIZAR O PS.

Inevitavelmente, acabo por reviver momentos de convenções distritais da JS, onde normalmente uma candidatura passava ao lado dos problemas da estrutura e prometia debates sobre mil e uma temáticas. Mas o estado da Federação do PS é em tudo idêntico ao da JS, muito poucas são as secções que funcionam e mesmo essas se debatem com graves problemas de organização e mobilização, o reflexo invariavelmente é demonstrado em eleições autárquicas, legislativas, europeias e presidências.

De estranhar é o facto de o candidato mais novo, embandeirar na lógica utópica de eventos e debates, quando não existe uma estrutura que suporte tal linha de acção.

Humildemente à que reconhecer que é necessário assumir VELHOS DESAFIOS, de voltar a fazer todo um trabalho de revitalização, formação, acompanhamento, responsabilização, de modo a podermos assumir uma estratégia que nos permite recuperar velhos eleitores e cativar novos, mas para isso é necessário FALAR VERDADE!

08 abril 2006

DERRAPAGEM


© Diário de Notícias

PIADA

"perante um processo encapotado de regionalização, que ignora a realidade das áreas metropolitanas e comunidades urbanas"

Isabel Damasceno acerca do Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado

QUEIXAS

Depois de o PSD ter passado o último ano a queixar-se do PS, agora viraram-se para a RTP, tendo apresentado à Entidade Reguladora da Comunicação Social uma queixa, fundamentada em o seu líder não ter tido um directo do discurso de encerramento das Jornadas Parlamentares em Óbidos. A este tratamento apelidado de discriminatório, juntam o facto de só por uma vez terem sido convidados pelo programa Prós e Contras para protagonizarem o contraditório em relação ao Governo.

Não seria melhor queixarem-se de si próprios???

06 abril 2006

GRIPE DAS AVES


© ZAPIRO

04 abril 2006

PARA REFLECTIR

"PARECE que os partidos da esquerda, quando não sabem o que hão de fazer, fazem leis chamadas fracturantes. Não me devotei à estatística de saber se esta é uma regra geral, mas se não é parece.

As leis fracturantes dedicam-se a cortar com um passado, sempre mau, penoso e injusto, com o objectivo de construir um futuro sempre glorioso, radioso e justíssimo. Ainda que a História tenha amiúde desmentido esta galopante caminhada na direcção da felicidade humana, por alguma razão a esquerda acha que deve persistir no tema. Enfim, em muitos casos não vem daí qualquer mal ao mundo.

O tema fracturante actualmente em cima da mesa é a já célebre e requentada lei das quotas femininas. Diz-se que as mulheres participam pouco na política e que, por isso, deve haver uma lei que as obrigue - peço desculpa por este «obrigue» tão politicamente incorrecto, mas é o termo - as obrigue, repito, a participar mais.

É um dos casos em que, verdadeiramente, não vem mal ao mundo - salvo, é claro, pelo facto de abrir portas a um princípio político pouco salutar: o de reconhecer que um país é formado não exactamente por um povo, por um conjunto de cidadãos com direitos iguais, mas sim por subconjuntos que têm em conta o género. Mais tarde, pode ser num grupo social, religioso, sexual ou qualquer outro que se verifique uma sub-representação, levando os mesmos «engenheiros sociais» que agora nos propõem a lei das quotas para mulheres a propor então a lei das quotas para um desses grupos. Ao fim e ao cabo, é algo próximo do corporativismo. Como lei não me faz diferença, como princípio arrepia-me.

CURIOSAMENTE, a sociedade evolui sem pedir autorização aos políticos fracturantes - deve ser um facto que os admira a eles, mas não às pessoas sensatas. Foi assim que nas Universidades as mulheres se tornaram maioria. Em menos de 25 anos. Foi assim, nos jornais, em menos de 15. Vai ser assim nas empresas, nas associações da sociedade civil, nos órgãos de soberania, ou seja, na vida real. Sem qualquer lei, sem qualquer directiva comunitária, sem a intervenção de deputados do BE ou do PS.

É fantástica esta evolução, porque ela não corresponde ao desejo de ninguém em particular, mas a uma evolução inorgânica, a uma concepção moderna em que as mulheres são progressivamente mais qualificadas, mais respeitadas, mais intervenientes. Ao contrário, os partidos que propõem as quotas estrebucham. Querem ser eles a dizer que as mulheres têm acesso aos lugares que «eles» lhes disponibilizam. A vida há-de responder-lhes."
Henrique Monteiro in Expresso