19 julho 2005

JS vota contra Governo

"O VALOR das propinas dos mestrados será fixado livremente pelas universidades e politécnicos, disse ao EXPRESSO Pedro Santos, secretário-geral da Juventude Socialista (JS) - que esta semana votou contra as alterações às leis do Sistema Educativo e do Financiamento, aprovadas na Comissão parlamentar de Educação pelo PS e o PSD.

«O Governo deveria fixar para os mestrados um valor idêntico ao cobrado aos alunos das licenciaturas. Como não o fez, as universidades vão pedir as propinas que entenderem, impedindo que muitas pessoas façam mestrado», acusa Pedro Santos, justificando o voto negativo da JS às alterações propostas pelo Executivo.

As mudanças legislativas - a serem aprovadas em plenário depois das férias - visam adaptar o ensino superior aos novos desafios de Bolonha, que cria três ciclos que conferem o mesmo número de graus académicos (licenciatura, mestrado e doutoramento). Só que a licenciatura, no figurino de Bolonha, é obtida, salvo excepções como Medicina e Direito, ao fim de três ou quatro anos de estudos. «Vai ser necessário, para o exercício de muitas profissões, o mestrado. Com propinas fixadas livremente, só alguns poderão aceder ao 2.º ciclo», avisa. E acrescenta: «Perdeu-se a oportunidade de alargar as qualificações dos portugueses».

O texto agora votado estabelece ainda que as universidades e os politécnicos só podem conferir o mestrado se contarem com «um corpo docente próprio, qualificado nessa área, e demais recursos humanos e materiais que garantam o nível e a qualidade da formação adquirida». Os doutoramentos ficam reservados às universidades mas só às que, além de corpo docente, garantam a investigação e tenham experiência acumulada sujeita a avaliação.

Os candidatos ao ensino superior têm 47 mil vagas disponíveis, 5.900 das quais na área da Saúde, que representam mais 5% que há um ano. A Educação, a Agricultura e as Humanidades oferecem menos vagas. Em 2004, ficaram por preencher perto de oito mil lugares, número que pode subir este ano com a introdução da lei que veda o acesso a quem tenha negativa na prova específica."

Expresso - 16.07.2005

Ele no fundo não é mau rapaz, mas como alguém diz "as companhias é que estragam tudo".