10 janeiro 2006

CONTRA O MEDO (actualizado)

Manuel Alegre afirmou hoje ao jantar que lhe "nasceu uma alma nova" desde que iniciou a campanha oficial para as presidenciais de 22 de Janeiro, para ele esta candidatura é como "um acto de libertação e contra o medo".

"O 25 de Abril libertou de facto as pessoas. Há democracia em Portugal.

Tem deficiências, mas a democracia pode funcionar quando há uma candidatura que vem demonstrar a força dos cidadãos e que nós somos livres", disse.

"A minha eleição como Presidente da República será a vitória final contra o medo em Portugal", concluiu.

No fim de ler estas afirmações de Manuel Alegre, fico a questionar-me sobre este acto de libertação a que ele se refere, para não falar sequer no medo.

Ao assistir diariamente à sua campanha, sou induzido a pensar que ele está a referir-se à sua emancipação ao fim de 30 anos em relação ao Partido Socialista, do qual é militante e pelo qual foi eleito ao longo destes anos deputado da nação, e como tal ao contrário de Soares não é como apregoa ser independente. Para se poder considerar a sua candidatura como realmente livre, deveria proceder como Soares o fez à vinte anos atrás quando entregou o seu cartão ao se candidatar pela primeira vez à Presidência da República, então sim, poderia ter este discurso.